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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mercado de Ações (Um poema romântico)

Mercado de Ações


Investi o que restava do meu capital
Em ações amorosas
Mas este mercado é cada vez mais instável
Clipart - free-fall. fotosearch 
- busca de imagens 
de vetor grã¡fico, 
desenhos, clip 
art, ilustraã§ãµesParece  o velho vendaval de Paulinho.
Meu capital amoroso
Hoje é deficitário
Depende da balança externa
Do câmbio flutuante desvalorizado
E da taxa de quanto mais juros possam dar
Mesmo assim ainda aposto nas ações
Sou investidor de risco
E beirando a falência
Invisto ainda mais:
Ou fico rico
Ou o coração quebra.

   Rio, 28/12/2010 (3h 44min)
Ilhado

Estou  ilhado
Longe de você
Dos seus olhos, boca, ouvidos
Vila do Abraão (Ilha grande)
Estou ilhado
Longe dos meus
Nenhum amigo perto
Estou ilhado
Longe da minha estante
Nas mãos o Gramsci
Mas ainda mais distante
Estou ilhado
Longe dos discos meus
Paulinho da Viola e Alceu na mente
Solidão, a dança de todos
Estou ilhado
Absolutamente como Deus
Longe até de mim...sozinho estou

   Angra dos Reis, 25/02/93

Pedaços e Tem Que Acontecer

  
         Pedaços


Meu poema espatifou-se,
Quebrou, ficou em pedaços.
Que descuido o teu!
Deixaste ele cair no chão.
Meu poema espatifou-se,
Quebraste meu coração.

 Rio, 01/06/91
Jorge Willian

                    Obs: Segue abaixo,  tirado do You Tube, a bela canção  Tem Que Acontecer de Sergio Sampaio na voz Zeca baleiro. É só clicar e ouvir. No final do vídeo há diversos outros vídeos com canções do Baleiro- vale a pena!!!
                        

 Tem Que Acontecer
Não fui eu nem Deus não foi você nem foi ninguém
Tudo o que se ganha nessa vida é pra perder
Tem que acontecer
Tem que ser assim
Nada permanece inalterado até o fim
Se ninguém tem culpa não se tem condenação
Se o que ficou do grande amor é solidão
Se um vai perder outro vai ganhar
É assim que eu vejo a vida e ninguém vai mudar

Eu daria tudo
Pra não ver você cansada
Pra não ver você calada
Pra não ver você chateada
Cara de desesperada
Mas não posso fazer nada
Não sou Deus nem sou Senhor

Eu daria tudo
Pra não ver você chumbada
Pra não ver você baleada
Pra não ver você arreada
A mulher abandonada
Mas não posso fazer nada
Eu sou um compositor popular

Eu daria tudo
Pra não ver você zangada
Pra não ver você cansada
Pra não ver você chateada
Cara de desesperada
Mas não posso fazer nada
Não sou Deus nem sou Senhor

Eu daria tudo
Pra não ver você chumbada
Pra não ver você baleada
Pra não ver você arreada
A mulher abandonada
Mas não posso fazer nada
Sou só um compositor popular

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS

Dias de festas, comemorações e esperanças de um próximo ano  melhor. É o nosso belo ritual de final e passagem de ano. Ritual de alegria e esperanças. Desejando a todos um ano feliz, gostaria de deixar aqui  a lembrança da canção de Lennon sobre o período e uma outra canção natalina feita por Benito di Paula e que chama-se Jesus Papai Noel e que, se ainda me lembro, dizia assim: "Quero de presente/ muitos mais amigos/ Uma estrela lá no céu/ Chegou Jesus Papai Noel/ Quero a paz nesse natal/ Refletindo a todo o mundo/ Amor e compreensão/ Para vivermos melhor/ E pedir ao Papai Noel de presente uma oração/ Pra que seja eterno o natal/ E o mundo todo irmão".

Feliz Natal (A Guerra Acabou)


Então é natal
E o que você tem feito?
Um outro ano se foi
E um novo apenas começa

E então é natal
Espero que tenhas alegria
O próximo e querido
O velho e o Jovem


Um alegre Natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom ano
Sem sofrimento

E então é natal (e a guerra terminou...)
Para o fraco e para o forte (...se você quiser)
Para o rico e para o pobre
O mundo é tão errado

E, então, feliz natal
Para o negro e para o branco
Para o amarelo e para o vermelho
Vamos parar com todas as lutas

Um alegre Natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom ano
Sem sofrimento

E então é Natal
E o que nós fizemos?
Um outro ano se foi
E um novo apenas começa...

E então Feliz Natal
Esperamos que tenhas alegria
O próximo e querido
E velho e o jovem

Um alegre Natal
E um feliz ano novo
Vamos esperar que seja um bom ano
Sem sofrimento

A guerra acabou ,
Se você deseja
A guerra acabou ,
Agora


Happy Xmas (War Is Over)


So this is christmas
And what have you done
Another year over
And new one just begun


And so this is christmas
I hope you have fun
The near and the dear one
The older and the young

A very merry christmas
And a happy new year
Let's hope it's a good one
Without any fear

And so this is christmas (war is over...)
For weak and for strong (...if you want it)
The rich and the poor one
The world is so wrong


And so happy christmas
For black and for white
For the yellow and red one
Let's stop all the fight


A very merry christmas
And a happy new year
Lets hope it's a good one
Without any fear

And so this is christmas
And what have we done
Another year over
And new one just begun...


And so happy christmas
We hope you have fun
The near and the dear one
The older and the young


A very merry christmas
And a happy new year
Let's hope it's a good one
Without any fear

War is over
If you want it
War is over
Now.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

QUE FAZER? A PERGUNTA QUE NÃO QUER SE CALAR

          A pergunta que dá título a esta postagem também nomeia um samba (veja a ingenuidade da letra abaixo desse texto)  que fiz em 1983. Usei o título na época com a intenção de lembrar do líder da Revolução Russa de 1917. "Que Fazer?" dá nome a dois livros antigos da Rússia,  um de Nicolau G. Chernyshevscky, que viveu entre 1829 e 1889, o outro de Vladimir Ilyich Ulianov, mais conhecido como Lênin (ou Lenine). Líder do partido Bolchevique, Lênin utilizou o mesmo título do livro de Nicolau para tentar nos dizer que o que era necessário fazer para resolver a grave situação das massas trabalhadoras era construir uma organização revolucionária que pudesse, de forma aberta e/ou clandestinamente, liderar os proletários (e os camponeses) em uma luta contra a opressão e contra a exploração do mundo capitalista.

Lênin é as vezes tratado como autoritário, centralizador. Mas a  sua proposta defendia a existência de uma ampla democracia interna no interior da organização partidária para as tomadas de decisões e uma ampla disciplina no respeito a estas mesmas decisões. Assim, o que era decidido coletivamente tinha que ser encaminhado por cada membro da organização, é o que chamam de centralismo democrático. No entanto, em período de repressões políticas, as decisões não podiam ser tomadas desta mesma forma sem que se colocasse em risco a vida de todos. Daí a necessidade do partido ter que atuar diversas vezes também de forma clandestina. Nesses momentos de repressões, a direção formada por um pequeno grupo escolhido em congressos da organização, tinha que tomar as decisões e repassá-las para os demais membros que as executariam. O partido em perído de grande repressão seria, portanto, formado por um grupo dirigente e por aqueles que colocariam em prática as decisões. Os dirigentes, porém, tinham que levar em consideração as decisões tomadas em congressos, pois estas é que deveriam dar o rumo a ser tomado pelo partido. E é bom repetir que nos congressos haveria também a escolha dos dirigentes. Em 1917, ano da Revolução Socialista na Rússia, as bolcheviques contavam com milhares de filiados.

O modelo de partido pensado por Lênin foi bastante eficaz na luta contra a ditadura do czar russo e permitiu comprovar que era possível derrotar naquela sociedade o capitalismo, que, como já havia pensado Trotski, era um dos elos fraco do capitalismo mundial. Este último revolucionário- que a princípio se colocou contra o modelo partidário pensado por Lênin, mas que depois o achou o mais eficaz-  havia pensado desde 1906 que a revolução socialista poderia se iniciar na antiga Rússia, mas nunca que nunca poderia ficar limitada nas fronteiras deste país, como defendeu outro revolucionário do período que passou a ser seu adversário político a ponto de mandar matá-lo, Stálin. O modelo pensado por Lênin foi utilizado em diversos partidos socialistas do mundo, inclusive pelos chamados trotsquista e stalinistas. No entanto, as revoluções socialistas posteriores tiveram modelos diferentes de organizações revolucionárias. Em todas elas, porém, houve algo em comum: a luta armada. Até porque a burguesia não entrega o poder através do voto (vide o ocorrido no Chile na época de Allende). Ela conquistou o poder se utilizando da força bruta e da força das ideias. O que seria do velho iluminismo sem o povo nas ruas tomando a Bastilha e suas armas? Quantos anos de combate revolucionário a burguesia inglesa não teve que travar até 1688?
          Que modelo de organização política cabe hoje no mundo para quem quer se insurgir contra as explorações e dominações que a "internacional capitalista" faz no mundo? Ficar diante de uma telinha ou levantando os braços diante do time preferido ou do pastor idolatrado não vale como resposta. Até porque não me parece que esses modelos sejam para quem quer se rebelar. Investir na carreira e individualmente acumular capital também não é uma resposta para a pergunta que pressupõe um projeto  coletivo (organização política). "Que fazer?" esta ainda é uma pergunta importante e que temos dificuldade em responder. No entanto, os problemas do mundo capitalista se ampliaram para os trabalhadores. O desemprego continua, a criação de um exército de reserva de mão-de-obra também. Ampliação das desigualdades sociais,  fome,  marginalização de uma parte da sociedade, guerras imperialistas, falsa liberdade de imprensa, ditaduras, democracias que são, na verdade, ditaduras do grande capital, escravidão sexual de mulheres na Europa capitalista... poderíamos ficar citando durante umas 10 páginas. Mas a pergunta não que se calar: QUE FAZER?


                Que Fazer?
Maria, vê se não esquece
De me acordar às cinco
Que tenho que pegar às sete
No batente. Minto!
Não precisa me acordar mais, não
Que eu estou desempregado:
Hoje o patrão mal humorado
Me mandou embora
Sem qualquer razão.

Não sei o que fazer, Maria,
Pra sair dessa situação.
É que o país do milagre e mordomia
Está há muito na recessão.
E um país nesta situação
Só tem então, Maria,
Desemprego, miséria, fome,
Roubo, polícia e prisão.
"Olha oszome!!"
"Chame o ladrão"
O que fazer, Maria?
Que fazer?

Rio, 17 de Setembro de 1983         

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A NOITE MARCHA (NO LÍBANO E NO BRASIL)

Prelúdio: o Líbano de Moaz 

Samuel Moaz é um cineasta israelense que acaba de ser agraciado pela crítica com o Prêmio do Cinema Europeu por sua obra "Líbano". Em 2009, já havia ganho o Leão de Ouro no festival de Veneza. Moaz, em 1982, participou da Guerra do Líbano que, segundo ele, foi a primeira em que Israel invadiu o território de outro país. O filme "Líbano" mostra um pouco da  experiência e reflexões de seu autor sobre esta guerra que foi, em 2006, reiniciada por Israel. O filme é uma retomada de uma velha ideia de Moaz de fazer um filme crítico sobre o assunto. Como fruto de uma reflexão sobre o fenômeno da guerra, "Líbano" reflete a consciência crítica de seu autor, como podemos ver a seguir:
"- Quando usa um canhão você é o executor A morte virá por uma ação direta sua (...) E, quando resolvi ser diretor, a primeira coisa que visualizei foi a semelhança entre a visão da câmera e a do canhão."
"- A guerra é um tipo de besta que precisa da morte para existir. Soldados são pessoas normais, e pessoas normais não acham a morte uma coisa normal. Mas o truque da guerra é simples: você coloca um ser humano numa trincheira, numa situação de risco de morrer, e o obriga a agir por instinto. O processo, praticamente físico , pode levar duas horas, dois dias ou uma semana. Mas em algum momento você cede e atira. E, pior, passa a achar que isso não é problema. Você se afunda na guerra e deixa de ser você."
Acho que os trechos acima mostram que o seu autor deve ter feito um filme muito interessante (em breve ele deve estrear no Brasil). O único reparo que faria é que a guerra não pode ser vista como um ser autônomo-ela não pode virar um fetiche. A guerra  é produzida por homens movidos por diversos interesses que quase  sempre são apresentados sem clareza. Soldados apertam os gatilhos e morrem nas guerras que interessam a outros.

I-  O Nosso Líbano

Há noites em que não adianta fugir. Ela chega e nos leva a pensar. Nenhuma forma de escapismo lhe tira o vigor. Ela marcha sobre nós e nos deixa as marcas de seus calçados. E nessas horas, são pesados os seus pés. E barulhentos seus passos. Sua marcha não nos deixa dormir. A cama estremece, sua voz grita de ensurdecer e nos fazer tremer de medo. O corpo teima, mas tem pouco a fazer: não resistir mais (pois "na  tortura toda carne se trai") e  delatar seu próprio ser. Assim surgiu o poema abaixo. Segue depois, algumas reflexões sobre o nosso assombroso Novembro. Há quem prefira o sol do verão que se aproxima com toda a sua luz e esperanças, mas a noite de Novembro talvez cresça sobre o país e suas "flores mórbidas", que acompanham nossos defuntos, ainda estarão e exalar "o perfume que roubam de ti". Há os que preferem sorrir e gargalhar de tudo isso, mas deviam vir "para ver os meus olhos tristonhos/ e quem sabe, sanhavam meu sonho"... Somos todos iguais.

A NOITE MARCHA

Ouve-se um grito desesperado na sombra da noite
Ouve-se um grito desesperado
Houve na sombra um grito
Que se ouve desesperado na noite
Houve na noite
Um grito assombrado

Na sombra da noite de um desesperado
Houve um grito
Que se ouve na noite
Se ouve a noite
No grito desesperado
De uma sombra

A sombra tomou a noite
E o grito
Assombrou o desesperado
O assombro não esperado
E o grito gritou ainda mais
Ouve-se rajadas de gritos
Gritos desesperados
A noite ainda mais se assombrou
A sombra amedrontou-se
Mais assombrado o grito ficou

O desespero
Tomou conta de tudo
Anoiteceu-se tudo
Ouviu-se mais gritos
Houve quem ouviu e calou-se
Mas gritou-se um inesperado assombro
Assombrou-se tudo
Silêncio... tudo silenciou-se
Menos as botas
Elas marcham.
        Rio, 04/12/2010


II- Passado e presente: tudo ao mesmo tempo agora

Novembro de 2010 na cidade do Rio de Janeiro será um dia retomado pelo futuro como um novembro tenebroso. Carros incendiados, guerras em algumas comunidades e triunfalismo daqueles que ensandecidos se aproximam da possibilidade de sentirem  orgasmos ao assistirem pela televisão os corpos dos que tombaram na insanidade da nossa violência carioca. Estes que quase gozam perante a dor alheia nos lembram os depoimentos de prisioneiros políticos da nossa última ditadura relatando o prazer sentido por alguns de seus algozes na prática de seus ordinários ofícios. Era a noite (A Noite dos Generais, segundo o título de José Meirelles Passos) que marchava entre nós, cegando até mesmo os mais humanitários e cristãos ardorosos. "A noite tem deixado seus rancores gravados/ a faca e canivete/ a lápis e gillete/ por dentro das pessoas (...) e dentro de mim" ( Ivan Lins e Vitor Martins).

Caiu a ditadura mas não nos livramos de suas chagas. As passeatas dos anos 80 pareciam realizar os desejos "proféticos" da dupla Ivan Lins e Vitor Martins na canção Abre Alas que assim dizia : "abre alas pra minha folia/ já está chegando a hora". Mas era ainda cedo e as chagas deixaram marcas na pele e na alma: banditismo, torturas, corrupções, crueldades. E estas marcas e outras estão nos seios de toda a nossa sociedade. É o que vimos no mês de Novembro passado. Em meio aos corpos, sangue, tiros, granadas e tantos outros sinais de nossa insanidade carioca surgiram aplausos nas ruas, nos becos, vielas, escritórios e nos meios de comunicação. A noite tenebrosa se disfarça de sol. Mas, não se iluda, estamos na noite, por mais que a voz doce de Flávio Venturine nos diga que há "noite com sol" ou que o bom Milton tente negar o medo e a dor ("Ei, medo, eu não te escuto mais/ você não me leva a nada/ e se quiser saber pra onde eu vou/ pra onde nasce o sol/ é pra lá que eu vou).

O nosso Novembro passado, que ainda é tão presente e possivelmente tão futuro, está mais para uma interpretação triste da velha canção alegre de Tom e Dolores Duran. Repare em um dos vídeo abaixo que em pouco mais de dois minutos, Elis transforma a Estrada do Sol em uma estrada noturna e sombria e chuvosa. Diz a canção que "é de manhã" e isto nos faz crer que o sol traz toda a luminosidade necessária,  mas ainda estão a brilhar "os pingos da chuva que ontem caiu". Elis entristece a canção porque estava entristecida pela perda causada pela morte (no YouTube há uma outra versão mais completa com o depoimento da cantora). Nós, em nosso Novembro, festejamos a morte. Mas me ocorre uma  lembrança irônica dos versos de Bandeira ("Bendita a morte/ que é o fim de todos os milagres") se os juntarmos a antiga canção sobre a ditadura de Ivan Lins que dizia que "somos todos iguais nessa noite/ na frieza de um riso pintado/a certeza de um sonho acabado/(..)/ pelo ensaio diário de um drama/ pelo medo da chuva e da lama/ (..)/ nós vivemos debaixo do pano/ pelo truque malfeito dos magos/ pelo chicote dos domadores/E o rufar dos tambores..." Os magos de 1964 nos deixaram a noite, os magos das telinhas coloridas tiram das cartolas o sol. Ambos de Novembro.

A Noite Marcha entre nós. A Noite marcha sobre nós. E Ela toca o dobrado.

Somos todos iguais nesta noite
   Ivan Lins

Somos todos iguais nesta noite
Na frieza de um riso pintado
Na certeza de um sonho acabado
É o circo de novo...

Nós vivemos debaixo do pano
Entre espadas e rodas de fogo
Entre luzes e a dança das cores
Onde estão os atores..

Pede a banda
Pra tocar um dobrado
Olha nós outra vez no picadeiro
Pede a banda
Pra tocar um dobrado
Vamos dançar mais uma vez...

Somos todos iguais nesta noite
Pelo ensaio diário de um drama
Pelo medo da chuva e da lama

É o circo de novo...
Nós vivemos debaixo do pano
Pelo truque malfeito dos magos
Pelo chicote dos domadores
E o rufar dos tambores...

Pede a banda
Pra tocar um dobrado
Olha nós outra vez no picadeiro
Pede a banda
Pra tocar um dobrado...
Vamos dançar mais uma vez...