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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

GALDINO

Como assim?  Você não consegue parar? Como, não?! Tenha calma, tranquilidade é tudo. É assim mesmo. Isso: é só destampar o nariz que o ar volta. Viu, ainda está vivo. Jura, não queria? ah, tá, por isso você tampou o nariz. Claro que não é simples, assim. A vida se impõe e não é com dois dedinhos tampando buraquinhos que se resolve. Porra isso não, isso é sério. Porra, isso mata de verdade. Não, não, não, não aperte. Caralho, que brincadeira babaca! Roleta russa é brabo, cara. De novo não, pode ... ... ... Brincadeira é o cacete, seu babaca! Você matou ele, porra! Tudo bem que ele era só um bebum viciado, mas... Puta que merda, vamos correr antes que chegue alguém... vem logo, porra, teu pai não é juiz e o playboy não era índio!
(jwcl)

               
                  



o crime
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Na madrugada de 20 de abril de 1997, cinco jovens de classe média-alta de Brasília (um menor de idade, G.N.A.J. e quatro maiores de idade: Tomás Oliveira de Almeida, Max Rogério Alves, Eron Chaves Oliveira e Antônio Novely Cardoso Vilanova) atearam fogo em Galdino enquanto este dormia. Galdino morreu horas depois em consequência das queimaduras. O crime causou protestos em todo o país[2].

Regalias e Benefícios

Pertencentes a famílias de grande poder aquisitivo e influência, desde a prisão os criminosos contaram com regalias a que nenhum outro preso comum tinha direito. Apesar das críticas efetuadas pela promotora Maria José Miranda, que acompanhou o processo nos primeiros cinco anos, os quatro criminosos detidos tinham direito a tomar banho quente e manter cortinas em suas celas, além de ficarem de posse da chave da própria cela. Por motivos desconhecidos, a promotora pediu afastamento do caso pouco tempo antes do julgamento.

G.N.A.J. foi encaminhado para o centro de reabilitação juvenil do Distrito Federal, onde ficou preso apenas por três meses, apesar de ter sido condenado a um ano de reclusão. Os outros quatro foram condenados, em 2001, a catorze anos de prisão em regime integralmente fechado por homicídio doloso. Pela gravidade do crime não teriam direito a determinados benefícios, mas, já no ano seguinte, receberam autorização para exercer funções administrativas em órgãos públicos. Três dos cinco rapazes chegaram a ser flagrados pela imprensa local se dirigindo em carro próprio até o presídio sem passar por qualquer tipo de revista, após namorar e ingerir bebida alcoólica em um bar.
Em agosto de 2004, foi concedido o livramento condicional aos quatro condenados. Esse benefício foi recepcionado pela opinião pública como um atestado do "caráter volúvel do Poder Judiciário frente à força político-econômica" e revoltou os familiares do índio assassinado. A mídia também noticiou a concessão do benefício, apesar de previsto em lei, como "certeza da impunidade" para um crime considerado hediondo pela legislação brasileira.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A OFEGANTE DITADURA EM SÃO PAULO

Não é nenhuma novidade que o coração do mundo vive sua contradição em suas batidas. Sístole e diástole  dividem o coração do mundo. Aberturas e fechaduras, democracias e ditaduras, guerras e paz, tudo em um movimento de ir e vir. Um eterno retorno, embora modificado, do que bate nos corações humanos tão divididos em suas sociedades civilizadas e que, por isso mesmo, até hoje, é criadora de desigualdades. 

Um dos grandes defensores da civilização capitalista com suas desigualdades, seus lucros e acumulações de capitais foi o intelectual orgânico da ditadura empresarial no Brasil chamado Golbery,  foi ele quem trabalhou a temática da sístole e da diástole para falar da necessidade (dele e dos seus) de ditaduras como forma de preservar o capital e o que o dono deste  chama de democracia . O  General (coronel foi seu último cargo na ativa) Golbery do Couto e Silva foi um dos criadores da doutrina de segurança nacional que  condicionava a defesa do Estado à defesa da iniciativa privada. Mas Golbery pelo menos percebeu a necessidade do sistema se abrir para que uma avalanche não se insurgisse contra o próprio sistema. Era ele um estrategista que muitos ditadores da linha dura não queriam ter por perto, pois acreditavam que a mera truculência resolve todas as questões. Os que concordam com a truculência deveriam ler   este autor de Geopolítica do Brasil, já que Gramsci é por demais crítico para os ditadores subordinados ao capital. Os governantes de São Paulo atual será que não conseguem um exemplar do livro do maior pensador da Escola Superior de Guerra (ESG)? Não que eu concorde com  as teses defendidas no livro de Golbery. Mas até para ser ditador é necessário um mínimo de bom senso e inteligência. E isto está faltando aos homens que governam o Estado mais rico do Brasil.


A situação paulista  cada dia se  complica mais. A velha ditadura já revisada (que segundo o intelectual da ESG tinha que retroceder para que não houvesse grandes perdas) ainda respirar em São Paulo. Respiração ofegante de uma velha moribunda, mas respira. Não bastava órgãos oficiais paulistas chamarem o golpe de 1964 de revolução, não bastava que fizessem isto com imagens das passeatas golpistas da época. Não bastava o governado paulista tentar concerta chamando o golpe de apenas "o ano de 1994", quando deveria ter afirmado democraticamente que se tratou de um golpe contra um governante eleito. Não bastava a truculência cotidiana da polícia do estado nas ruas ou nos campos universitários. Tudo isto não bastava. Tinham também que produzir a grande  insensatez em São José dos Campos. 

O que foi feito na invasão de Pinheirinho em São José dos Campos, passando por cima das decisões do Judiciário, é mais um momento da respiração já agonizante dos ditadores. E cabe a todos denunciar, como o fez o defensor público Jairo Salvador. Nos fala Salvador de extermínio de pobres em São José dos Campos. O Jornal Nova Democracia vem denunciando extermínios de líderes comunitários e políticos pelo Brasil. O mesmo jornal também denuncia as prisões políticas que ocorrem aqui no nosso país contra as lideranças populares. Mas o silêncio imposto pela ditadura da mídia empresarial é avassalador. E esta não agoniza, esta cresce, ganha corpo, conquista mentes e corações. Divulga suas ideias e propaga seus candidatos preferenciais. Mas se cala perante assassinatos e diversos outros abusos aos direitos humanos que tanto tenta ver em países com governantes que não compartilham de suas ideologias.

E aqui, junto com a mídia empresarial,  muitos se dizem democratas e se utilizam das redes sociais para  combater os governos desses outros países. Democratas das redes sociais (a velha classe média que marchava com deus pela pátria e pela família) e empresários das mídias capitalistas unem suas forças para combaterem ideologicamente o que percebem como inimigos distantes. Mas nada falam, repito, esses que se proclamam democratas sobre o que ocorre em nossas terras. São no mínimo contraditórios, para não dizer que são intelectualmente desonestos. Mas aí é outra questão.

Segue um vídeo com as denuncias feitas por Jairo salvador.