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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ELA TEME A MORTE

Ela teme a morte
e faz deste temor um porto
e atraca a vida
e esta fugidia escorre
e escorrendo abraça a sorte.

Abraçadas ignoram o medo
e dançam ao seu redor
e mostram o desfecho
e nunca dão a resposta
se distante ou cedo.

Segue, assim, a vida
querida e desejada
afagando sua companheira
de danças e abraços
sua fiel amiga.

Mas ela no porto se mantém
e treme temendo a sorte
querendo o que não tem
e espanta a morte assim
e a vida enfim também.

Rio, 28 de setembro de 2012 (03 h e 31 m).





domingo, 9 de setembro de 2012

ONDE ESTÃO OS DIAS?

Segue um poema e, logo depois, uma bela canção e a letra, que  me lembra o mesmo tema. O Poema é recém-nascido, e a canção é dos mestres Chico Buarque e Edu Lobo.


Onde estão os dias?
Por acaso, o amigo aí parado,
Avistaste os dias?
Sabes para onde eles foram?
E tu, amiga que tanto busca,
Sabes dizer se eles foram juntos
Ou se tomaram rumos distintos?

Onde estão os dias?
Já não os vejo mais.
Sim, é verdade, sei que já não vejo quase nada,
Sei que a noite está sem lua e estrelas,
Sei que as velas acabaram.

Mas onde estão os dias?
Que rumo tomar para encontrá-los?
Será? Não, creio que não!
Eles não se extinguiram e ponto final.
Eles apenas partiram ou se esconderam.

Onde estão os dias?
Estão nas noites?!


Jorge Willian
Rio, 08 de setembro de 2012 23h e 54m.



‎"Se a noite não tem fundo

O mar perde o valor


Opaco é o fim do mundo


Pra qualquer navegador

Que perde o oriente

E entra em espirais

E topa pela frente

Um contingente

Que ele já deixou pra trás


Os soluços dobram tão iguais


Seus rivais, seus irmãos


Seu navio carregado de ideais

Que foram escorrendo feito grãos

As estrelas que não voltam nunca mais

E um oceano pra lavar as mãos"


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O TEMPO QUE ME TRAGA

O tempo que me traga
Me consome e me desfaz
O tempo que eu trago
Me permite, me refaz

O tempo que me traga
Sabedoria ancestrais
O tempo que eu trago
Me conhece muito mais

O tempo que me traga
E persistente ainda me traz
É o tempo que  esmaga
Tudo que move e o que jaz

É o tempo que me trouxe
De tempos longos atrás
E que me guiando soube
Mostrar-me o tempo do jamais.

Jorge Willian
Rio, 28 de abril de 2012

TEMPO

TEMPO
Nunca me abandonou 
esta coisa irmã das horas
Que ficou em mim,
esta coisa de deixar de ser,
de apenas estar sendo 
e de nunca ter sido,
esta coisa
 
do tempo que carrego
e que me carrega,
do tempo de ser sem ser,
do tempo
sendo motor da angústia,
ele seu pai, filho
inimigo e santo,
mas que irmão não pode ser,
que não pode ter sido
e não está sendo,
ele que me trouxe,
que me carrega
me abandonará no caminho, talvez,
sem presente, passado ou futuro
e ela- a angústia-,
 
num abraço forte,
partirá com ele, enfim.

Jorge Willian, 18/08/2012 (05 h e 06 min.)