Gilber deu ao texto uma marca sonora que eu não esperava. Gostei muito do resultado da junção melodia-poema, inclusive porque, ao declamá-lo em sua interpretação, Gilber mantém o poema como um chamado à leitura e, ao musicá-lo e cantá-lo, nos mostra outros caminhos para o fato poético, o da "asa ritmada".
INÉRCIA
Não há serenata o violão faltou ao encontro a janela não se abriu não brilharam as estrelas e nem o luar iluminou a tarde não partiu e a noite não veio. O tempo parou a vida junto estagnou a inércia do não movimento emprenhou os espaços. Tudo porque a morena a linda morena a bela morena a morena ainda não sorriu.